sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Reflexões



Alguns obstáculos no caminhar para a
santidade familiar

Padre Nicolás Schwizer
Nº. 123 – 15 de janeiro de 2012

1. Sonhar com a família ideal

Um perigo é sonhar com a família ideal e, por
isso, rejeitar a família real. Amar o grupo
familiar é amar a pessoas reais, concretas, de
carne e osso. Quem ama seu sonho de família
mais que a própria família, a julga, a acusa e
condena. Os cristãos são idealistas. Nossos
ideais são sumamente altos: uma família santa é
um desafio fora do comum. Mas os cristãos são
também realistas. Sabem que o crescimento é
lento e que nos exige muita compreensão,
paciência e confiança. Amemos a nossa família
tal como é. Amemos a nossos familiares tal
como são com seus valores e limitações. E a
partir desse amor que é a base de todo,
construamos o futuro.



2. Incapacidade de mudar

Um elemento que pode dificultar o progresso de
uma família é a incapacidade de mudar. Estar
disposto a mudanças ou não é algo pode causar
grandes atritos na vida diária. O crescimento
sempre leva consigo transformação da pessoa, de
sua mentalidade e de sua vida.

Não existe santidade sem grandes mudanças. E a
mudança requer uma combinação de humildade,
valentia, força e energia que podem debilitar-se
com o tempo. Artrite mental ou reumatismo
espiritual, o chama Carlos Vallés, S.J. O lema a
partir dos quarenta pode muito bem ser: “¡deixame
em paz!” Mas em nós, que somos cristãos, é
dizer, jovem de espírito, isso não deveria
acontecer.

O grande inimigo da mudança é o desejo de
segurança. Os caminhos de sempre são claros,
seguros, de confiar. Andando por eles sabemos o
que nos espera e como enfrentar. O novo sempre
implica risco, e o ser humano foge do perigo. A
mudança é sempre contra a corrente.
Entretanto, se buscamos a santidade temos que
ter a fé, o valor e a simplicidade de mudar.

Deixemos que Deus nos mostre novas terras e
nos leve por caminhos desconhecidos. Negar-se
a mudar é endurecer-se, estancar-se. Estar
disposto a mudar é estar disposto a viver, a
crescer, a amadurecer. Estamos dispostos a
isso?

3. Julgar os outros

Outro obstáculo é nossa inclinação a julgar os
outros. As diferenças entre nós, de
mentalidade, forma de ser, critérios distintos,
nos levam a criticar e a julgar com facilidade.

E julgar destrói toda relação. Jesus mesmo
insistia: “Não julgueis”. Não julgar é
mandamento evangélico, é regra básica de
relações humanas e é preceito inevitável de
saúde mental. E, é muito difícil.

Não posso evitar que meus olhos vejam o que
é obvio e que minha mente declare em forma
espontânea que semelhante conduta está mal.
O julgamento de que algo esteja bem ou mal,
deve ser reservado a Deus, o Juiz supremo.

O que posso fazer é expressar claramente
minha opinião sobre uma conduta concreta,
sem emitir um juízo moral sobre ela.

E o que tenho que aprender é limitar meus
comentários a ação, sem julgar a pessoa.
Condenar o pecado e não o pecador é outro
grande princípio cristão. Ademais, se classifica
a pessoa, coloca-se etiqueta, se condena - sem
recurso de apelação.

Perguntas para a reflexão

1. Somos resistentes às mudanças?

2. Julgamos os demais?

3. Como atuo diante da falta de um familiar?

Se desejar subscrever, comentar o texto ou dar seu
testemunho escreva para: pn.reflexiones@gmail.com

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